quinta-feira, 9 de maio de 2013

O que vem a ser a Estética?


Resumo

A proposição de uma discussão crítica a cerca de aspectos da teoria literária na modernidade e as implicações do poeta enquanto sujeito político, histórico no universo social contemporâneo se fazem objeto do presente estudo. A necessidade da reformulação de modelos de interpretação da realidade e o papel do artista em sociedade são, não obstante, derivados de tendências dialéticas de justaposição e, por conseguinte contraposição de conceitos e idéias pertinentes a dinâmica da criação e reprodução literária. Alicerçado em revisão bibliográfica o método se desenvolve na utilização de literatura canônica no campo da poesia. A partir de um sistema complexo de símbolos e um exercício de resignificação do sujeito em face de seu contexto social coevo, traça-se um panorama das perspectivas pós-modernas de construção/desconstrução da Arte e o todo ao derredor. Partindo de tais pressupostos em busca de novos postulados para reinterpretar a realidade, o trabalho posto traz a tona outra/nova possibilidade de percepção do fenômeno poético na atualidade.

Palavras-Chave: Poesia, Teoria e Crítica Literária, Modernidade. 
  

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Por breve e sinuoso percurso de indagações a cerca de um protótipo de compreensão e entendimento da vida e sua forma de existência dinâmica e continua, percebe-se então uma gama de alternativas de métodos ou formas, forças e fluidos que coexistem num processo de conexões simbólicas e materiais, objetivas e metafisicamente intercaladas num exemplo de rara capacidade mínima emparelhamento entre ideia e ser, ente elíptico ou sujeito capaz de exercer transformação política.

E é de modo que a Arte se faz moldura enquanto manifestação exterior do sujeito em vias de representação, de poder, de forma através da qual se corporifica a execução do homem em contato e estado de humanidade, em forma de obras publicadas e expostas a uma sociabilidade constante do processo de ser, estar, e representar a realidade emergindo qual lente de percepção se não total, mas em caça da universalização, e ao mesmo tempo campo onde se flerta com a liberdade de invenção, criação do “real”.

De tal forma, agora procuraremos nos embrenhar no óvulo do órgão rebelde e convulso das esferas de relações inerentes deste hibrido organismo nem tão globalizante, quiçá dizer mundializado que ainda assim insistimos chamar sociedade. Tal arena se configura então um conflituoso terreno para a formação e identificação dos princípios e preceitos da então organização de indivíduos em incessante mutação de máscaras culturais, sociais e políticas.

Por assim dizer, possuindo possibilidade de tomada de posição de ruptura no estratagema societal então entorno arquitetado, ainda que não ilesa de sua parcela constituída de seu inconteste sistema histórico, econômico, político a produção literária eis que insurgi enquanto espelho onde se refletem estilhaçados os valores e crenças, morais e éticas de uma época.

Sobremaneira a estética se apresenta à visão como pré síntese do entendimento dos sentidos sobre a possível interpretação do mosaico de reconstrução e criação de determinantes para a consubstanciação das condições de existência. E circunscrita a tais sistemas, a condição humana atual, imersa nesta então latente pós modernidade personifica a inconstante sucessão do desenvolvimento de hermenêuticas e teorias que justifiquem e legitimem a prática social.

No que tange a arte, este argumento validaria desde a imprevidência de Duchamp na substituição de uma satisfação estética, por um choque convulsivo para dentro de si, não obstante a justificação que há entre “beleza” e prazer, forma e fluído ainda que em ambos os casos o ponto de vista ainda seja arraigado num estrutura de pensamento reificada. Numa complexificação de propostas e causas, como

 “mercado da arte em falência”, “instituição enfraquecida”, “rede cultural opaca”, “critica de arte tímida”, “modernidade ditatorial”, “ vanguarda terrorista”, “mídias recuperadoras”, “ensino artístico anêmico”, [...] “música contemporânea elitista e confidencial”, “artistas charlatães”, “Duchamp, pai de uma posteridade desastrosa”. (Jimenez,p.379)

Ou sendo possível também, ainda segundo Jimenez, uma outra possibilidade de construção/interpretação do panorama das perspectivas a cerca da condição da arte e a estética na atualidade:

“[...] as instituições públicas subvencionam a criação artística contemporânea e salvaguardam o patrimônio, as empresas privadas multiplicam seu apoio aos artistas graças ao mecenato e ao sponsoring, um público zeloso e fiel comprime-se nos festivais e nas exposições, sem falar do papel vez maior das mídias tecnológicas do domínio da experiência estética individual.” (Jimenez,p.379)

Sucintas divagações carregaram até este ponto o fluxo do pensamento a percorrer este esconso leito que é o desvelamento das condições existenciais, ou seja, culturais, geográficas, econômicas, políticas, para a criação da explicação da natureza da relação entre a arquitetura da organização societal e a sua representação através do soerguimento de uma nova/outra possibilidade de concepção estética na arte.

[...]as incertezas, as perturbações e as exasperações marcam a história da arte? Sobretudo ao longo dos dois últimos séculos, pontuados pelas rupturas, pela sucessão dos “ismos” e pelos choques das vanguardas! A crise não designará o estado permanente da evolução artística, como o da sociedade inteira? (Jimenez,p.379-380)

Essa é uma das questões que nos trás a obra Qu’est que l’ esthétique, de Jimenez numa idéia de sentido e substância de que natureza se trata tal fenômeno societal. A busca por uma lente a cerca do olhar de como encarar a realização da idéia e da construção do fato intelectual e sua possível interpretação.

Parte-se então em direção a uma análise socioliterária e no aprofundamento duma aproximação especulativa impulsionado por uma imaginação em função dum trabalho não só cientifico de investigação, mas também a cerca de uma caracterização do poeta, da poesia e do panorama possível de apreciação da arte em sua relação direta com o seu público.      

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